Assembleia Geral do SIEM
The Bald Eagle
China fala em paz, mas mira potências rivais em discurso velado.
Durante o debate sobre a regulação do ciberespaço, a delegação da República Popular da China defendeu o “fortalecimento absoluto” da cibersegurança como medida essencial para a estabilidade global. Com um discurso firme, mas cuidadosamente ambíguo, apontou que “grandes potências” têm conduzido ataques recorrentes a sistemas digitais chineses — sem citar diretamente, mas deixando no ar uma insinuação clara. A delegação também clamou por uma resolução “segura e agradável para todos”, em tom conciliador, embora siga conhecida por adotar rígido controle estatal sobre sua internet doméstica.
Coreia do Norte prega soberania digital e condena influências externas.
Durante a discussão sobre a regulação do ciberespaço, a delegação da República Popular Democrática da Coreia enfatizou que o espaço digital “não deve ser violado” e repudiou o que chamou de “imperialismo digital”. Apresentando-se como defensora da soberania informacional, condenou interferências e práticas de espionagem por parte de atores estrangeiros. Embora tenha adotado um tom conciliador, o discurso levantou questionamentos, considerando o conhecido controle estatal exercido pelo país sobre o ambiente digital doméstico. A proposta norte-coreana defende autonomia total sobre o ciberespaço, com ênfase na proteção nacional e resistência a padrões internacionais impostos.
Coreia do Sul aposta na moderação e no consenso.
A delegação da República da Coreia adotou um tom mais equilibrado, reconhecendo a importância crescente da segurança cibernética, mas priorizando o diálogo. Manifestou desejo por uma resolução “que contemple as necessidades de todas as nações”, e indicou interesse em cooperar com diferentes blocos. Em contraste com as posturas mais duras de vizinhos regionais, como China e Coreia do Norte, a Coreia do Sul se posicionou como ponte de diálogo — mas ainda sem deixar claro até onde está disposta a ceder em nome desse consenso.
França reforça aposta em liberdade digital com regulação estratégica.
Durante os debates sobre a regulação do ciberespaço, a delegação da República Francesa foi clara: o ambiente digital é um domínio estratégico — e deve ser tratado como tal. Reafirmando seu compromisso com o equilíbrio entre segurança e direitos fundamentais, a França defendeu a construção de um ciberespaço “livre, acessível e seguro para todos”. A delegação ressaltou a importância de uma legislação sólida que proteja dados pessoais sem comprometer a liberdade de expressão, bandeira histórica do país.