COP 30

15/05/2025 11:36

A COP 30, que neste ano tem como eixo principal o combate à fome, se transformou em um verdadeiro campo diplomático de acusações cruzadas. Representantes de diversos países elevaram o tom durante a sessão, evidenciando divergências profundas sobre responsabilidade histórica, econômica e ambiental na crise alimentar global.

O Chile iniciou os ataques ao questionar o uso irresponsável do dólar por parte dos Estados Unidos, acusação reforçada pela França, que classificou os norte-americanos como uma “nação irresponsável” diante da insegurança alimentar. A França, por sua vez, passou a ser alvo direto do Chile, que criticou sua postura “sustentável seletiva” e relembrou o passado colonial francês, acusando o país de ignorar os próprios erros.

O Brasil defendeu a criação de uma moeda mundial e destacou sua relevância no mercado de alimentos, posicionando-se como um agente chave na solução da fome. Já a Rússia voltou seu discurso contra o desperdício de alimentos na França e destacou que a fome é, acima de tudo, um problema político. Em resposta, a França rebateu mencionando o alto nível de desperdício russo e questionou a legitimidade de críticas vindas de um país “com o mesmo presidente há anos”.

A Alemanha tentou mediar os ânimos, convocando os países à união e criticando as taxações estadunidenses que, segundo o país, dificultam a distribuição de alimentos. Cuba também se posicionou com firmeza, denunciando os impactos ambientais causados pelos Estados Unidos, como a contaminação do solo, liberação de gases tóxicos e o incentivo a práticas agrícolas desumanas em nome do lucro.

Enquanto isso, o Reino Unido tentou acalmar os ânimos, reforçando que acusações políticas não resolvem o problema. A China celebrou avanços internos na segurança alimentar e o Japão trouxe propostas focadas em produção local e tecnologias sustentáveis aplicadas em escolas e comunidades.

Na tentativa de trazer soluções, a França propôs uma aliança com a Alemanha baseada em distribuição de recursos e sustentabilidade. Os Estados Unidos, em defesa, alegaram que suas taxações não impactam diretamente a fome, ressaltando as doações significativas já feitas em alimentos e recursos financeiros. No entanto, foram novamente alvos da Alemanha, que classificou as propostas estadunidenses como “tardias e ridículas”.

O debate permanece acalorado, com o Chile reafirmando que as taxações dos Estados Unidos seguem sendo abusivas. Em meio a confrontos e propostas, a urgência do tema exige que os representantes encontrem um terreno comum — antes que a fome continue sendo um campo de batalha político, e não humanitário.

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